acovarda-nos com a imobilidade da esperança semente e colheita, a tua promessa
ratos obesos somos, dia e noite rastejando as migalhas dos teus pés
domingo, 21 de outubro de 2007
ao silenciares alimentas
a fé que te perpetua
e põe de joelhos
à sombra da renúncia
o amanhã dos filhos teus
domingo, 23 de setembro de 2007
alimento desta horda, deus
rumina em mim
a sanidade
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
de posse do silêncio subjugo-te os dias mantendo-nos presos
aos ditames da fé
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
se nos teus olhos
já não posso mais crer dá-me a cor avessa da paz que em silêncio seguirei
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
atemorizam-me as frestas abertas pelo teu silêncio
incrédulas, expiam por nós
segunda-feira, 30 de julho de 2007
desfaço a beleza
se é tua a eternidade
de mim nada levarás
sexta-feira, 13 de julho de 2007
o verbo mentia. fez da luz,
esperança.
domingo, 8 de julho de 2007
estou em vigília mas tu não vens assombra-me então a madrugada o silêncio na alma
o perdão
segunda-feira, 18 de junho de 2007
porque sabes da melancolia alheia forjar a fé que te nutre onipotente és, misericordioso pai.
sábado, 26 de maio de 2007
covarde põe-nos aos teus pés e oramos e tememos e esquecemos
a fé.
quarta-feira, 2 de maio de 2007
tua é a redenção porque são teus os pecados e és tu a remir os corpos
que hei de macular
domingo, 22 de abril de 2007
condenado a ser eterno sobre teus ombros carregarás o peso da felicidade (a ti, o rogo dos clementes)
domingo, 8 de abril de 2007
percorres um caminho desgastado na esperança de alguém a ti estender a mão – longo, longo é o peso da tua culpa e amargo o retorno dos teus remorsos –
domingo, 1 de abril de 2007
perdoa-me acolhe-me sussurrando esperança ao entardecer da fé
pai
meus anjos adoeceram abandonei-os ao relento deles roubando a dor para nutrir-me os restos aos quais chamarei, horizonte
segunda-feira, 26 de março de 2007
deus eu ilumino teus dias com meus lamentos
deus eu simplifico teus erros com minhas mentiras
deus eu dignifico teus medos com minhas próprias mãos
(minhas mãos sujas de ódio e de sol)
domingo, 18 de março de 2007
amedrontam-me teus olhos sabedores da morte, o avesso. não derramam tristeza não relembram auroras lançam migalhas disfarçadas de fé
quinta-feira, 8 de março de 2007
soubeste algum dia dos lamentos meus a dor que esmiuçavas quando meu resto de fé surdo de ti inventava fendas no azul da noite
para escapar à solidão?
domingo, 25 de fevereiro de 2007
cega-me o horizonte mergulha-me no ocaso sedento de rio desfaz-me o destino num só golpe joga-me à ventura com desdém pois renegarei teus anjos blasfemarei tua verdade escaparei ao teu perdão oh senhor! eu careço de fé
sábado, 17 de fevereiro de 2007
a verdade que guardas sem compreender devolve-a antes doutra alvorada
aproximar-se do fim
domingo, 11 de fevereiro de 2007
teu vôo errante trouxe-nos aqui entre rezas e esquecimento cansados adormeceremos restos de esperança onde paz não há
domingo, 4 de fevereiro de 2007
ouço o som da chuva
ceifado pela terra
levar meus horrores
aos teus ossos desertos
guardiões de memórias
contigo enterradas
para nunca mais
sábado, 27 de janeiro de 2007
sujos pelo tempo interminável mudos tristes solitários loucos anjos esquecidos têm os olhos roubados
pela reza dos desesperados
quarta-feira, 24 de janeiro de 2007
cala! tua reza aqui não será ouvida. essas paredes sabem elas sempre souberam: sobreviver não é uma questão de fé mas de suportar o peso morto