terça-feira, 25 de dezembro de 2007


eterno o teu adeus
que me deixou preso
entre silêncio e sombras

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

acovarda-nos com a imobilidade da esperança
semente e colheita,
a tua promessa

ratos obesos somos,
dia e noite rastejando
as migalhas dos teus pés


domingo, 21 de outubro de 2007

ao silenciares alimentas
a fé que te perpetua
e põe de joelhos
à sombra da renúncia
o amanhã dos filhos teus

domingo, 23 de setembro de 2007


alimento desta horda, deus

rumina em mim

a sanidade

sexta-feira, 14 de setembro de 2007


de posse do silêncio
subjugo-te os dias
mantendo-nos presos
aos ditames da fé

segunda-feira, 3 de setembro de 2007


se nos teus olhos
já não posso mais crer
dá-me a cor avessa da paz
que em silêncio seguirei

segunda-feira, 13 de agosto de 2007



atemorizam-me as frestas
abertas pelo teu silêncio

incrédulas,
expiam por nós

segunda-feira, 30 de julho de 2007


desfaço a beleza

se é tua a eternidade

de mim nada levarás

sexta-feira, 13 de julho de 2007


o verbo mentia.
fez da luz,
esperança.

domingo, 8 de julho de 2007


estou em vigília
mas tu não vens
assombra-me então a madrugada
o silêncio na alma
o perdão

segunda-feira, 18 de junho de 2007


porque sabes
da melancolia alheia
forjar a fé que te nutre
onipotente és,
misericordioso pai.

sábado, 26 de maio de 2007


covarde
põe-nos aos teus pés
e oramos
e tememos
e esquecemos

a fé.

quarta-feira, 2 de maio de 2007


tua é a redenção
porque são teus os pecados
e és tu a remir os corpos
que hei de macular

domingo, 22 de abril de 2007

condenado a ser eterno
sobre teus ombros
carregarás o peso da felicidade
(a ti, o rogo dos clementes)

domingo, 8 de abril de 2007


percorres um caminho desgastado
na esperança de alguém a ti estender a mão
– longo, longo é o peso da tua culpa
e amargo o retorno dos teus remorsos –

domingo, 1 de abril de 2007


perdoa-me
acolhe-me
sussurrando esperança
ao entardecer da fé

pai

meus anjos adoeceram
abandonei-os ao relento
deles roubando a dor
para nutrir-me os restos
aos quais chamarei, horizonte

segunda-feira, 26 de março de 2007

deus
eu ilumino teus dias com meus lamentos

deus
eu simplifico teus erros com minhas mentiras

deus
eu dignifico teus medos com minhas próprias mãos

(minhas mãos
sujas de ódio
e de sol)

domingo, 18 de março de 2007


amedrontam-me
teus olhos
sabedores da morte,

o avesso.
não derramam tristeza
não relembram auroras
lançam migalhas

disfarçadas de fé

quinta-feira, 8 de março de 2007


soubeste algum dia
dos lamentos meus
a dor que esmiuçavas
quando meu resto de fé
surdo de ti inventava
fendas no azul da noite
para escapar à solidão?

domingo, 25 de fevereiro de 2007


cega-me o horizonte
mergulha-me no ocaso sedento de rio
desfaz-me o destino num só golpe
joga-me à ventura com desdém
pois renegarei teus anjos
blasfemarei tua verdade
escaparei ao teu perdão
oh senhor!
eu careço de fé

sábado, 17 de fevereiro de 2007


a verdade que guardas
sem compreender
devolve-a
antes doutra alvorada
aproximar-se do fim

domingo, 11 de fevereiro de 2007


teu vôo errante
trouxe-nos aqui
entre rezas e esquecimento
cansados adormeceremos
restos de esperança
onde paz não há

domingo, 4 de fevereiro de 2007


ouço o som da chuva
ceifado pela terra
levar meus horrores
aos teus ossos desertos
guardiões de memórias
contigo enterradas
para nunca mais

sábado, 27 de janeiro de 2007

sujos pelo tempo interminável
mudos
tristes
solitários
loucos anjos esquecidos
têm os olhos roubados
pela reza dos desesperados

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007


cala!
tua reza aqui não será ouvida.
essas paredes sabem
elas sempre souberam:
sobreviver não é uma questão de fé
mas de suportar o peso morto
da imensidão.