aquilo que em mim excede deserto sobreposto ao alvorecer és peso indevido a desacelerar meus passos do abismo o chão medroso que antevê a queda deus
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
ímpios tinham no sol um lugar pra sonhar
quinta-feira, 10 de julho de 2008
se tuas mãos desconhecem o medo que acinzenta minhas auroras deixa-me só deixa-me só...
segunda-feira, 28 de abril de 2008
existe um mal que te percorre sem cessar, te acompanha noite e dia, predizendo teus passos, envenenando teus sentidos, acobertando teus erros, alcovitando teus instintos, entregando-te à preguiça e à luxúria. ímpio. enganador. mesquinho. vão. sabedor dos teus segredos, dos teus tortuosos desejos, te escorre a boca e te lambuza as mãos, te corrompe a alma e te faz impuro. cresceu contigo sem saber o que é envelhecer e agora exige um vigor que não mais tens, pobre diabo que és. ajoelha-te. expia. arrepende-te em vida. o teu corpo, cobre-o de vergonha, instrumento de mil vícios, por onde falam vozes escorregadias que te fazem rastejar em pecado, bebendo do próprio suor, servo da lascívia e da devassidão. aprende: bendito, bendito é aquele que refreia a carne, livrando-se da concupiscência de toda paixão.
quarta-feira, 2 de abril de 2008
expia teus medos
exorciza tua culpa
sangra tuas auroras
pra que possas caminhar
à sombra mentirosa do pai
domingo, 16 de março de 2008
estamos sob teus pés que desconhecem o chão não sabendo de nós a mendicância o incessante aviltar dos amontoados
domingo, 24 de fevereiro de 2008
nascemos mortos por dentro homens ocos acobertados pela fé
(horda, maldita horda é o que somos)
fugimos da vida refugiados na esperança
que chega ao entardecer
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
vejo-me distante seguro entrincheirado na imensidão
do vosso esquecimento
sábado, 2 de fevereiro de 2008
já não consigo conter a miséria do Vosso reino invadindo-me a delicadeza (sofro pela ausência da fé)
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
rogo por vós porque livre estais de todo pecado triste deus que não ousa sonhar